Introdução
Queremos um rei, igual aos das outras nações. Foi com esse pedido, que o povo decidira rejeitar a Deus como seu rei e escolhendo um rei secular.
O contexto que envolve esta cena é complexo. Os filhos de Samuel, Joel e Abia, que deveriam assumir o ofício do profeta, não seguiram o exemplo do pai. A bíblia relata que eles “se inclinaram à avareza, e aceitaram suborno, e perverteram o direito.” 1 Samuel 8:3
Texto base:
E disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações. 1 Samuel 8:5
Não é estranho que os anciãos se reunissem e procurassem o profeta, em quem confiavam, para buscar uma solução. O problema, entretanto, é que os anciãos não esperaram que o próprio Deus, através do profeta, resolvesse a questão. Eles foram objetivos: Queremos um rei, como o tem todas as nações.
Ao fazer isso, os líderes acabavam de substituir o modo de governo que Deus estabelecera para eles no sinai. Tal pedido desanimou o velho profeta, que se sentiu rejeitado. Mas a verdade é que não era Samuel que estava sendo rejetitado, e sim o próprio Deus, que libertara o povo e se propusera a ser o seu Rei.
Deus entendeu a mensagem
“Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles.
Conforme a todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até ao dia de hoje, a mim me deixaram, e a outros deuses serviram, assim também fazem a ti.” 1 Samuel 8:7,8
Neste e em todos os casos semelhantes, a rejeição não é ao mensageiro, mas a quem enviou a mensagem. Em todos os casos de apostasia, rejeita-se a Deus, e não quem ele enviu. Vamos analisar, resumidamente, algumas situações que acontecem em nossa igreja cristã, nos dias atuais.
- A vitória de Trump sob o olhar da profecia Bíblica.
- Carta à igreja de Éfeso: Retorno ao primeiro amor
- Porque o cristianismo é exclusivista
- Os inimigos da fé cristã
- O ministério de Paulo e as lições para liderança da igreja
O verdadeiro problema é querer imitar o modelo mundano
A igreja está no mundo, porém não pertence a ele. Foi O Cristo quem afirmou isso, e não cabe a nós, seus professos servos, mudar. Querer imitar as tradições mundanas, seja com que argumento for, é um erro objetivo, um caso clássico de rebeldia. As únicas normas que devem ser obedecidas na igreja, são aquelas provenientes da sua palavra revelada. As consequencias de não obedecê-las são sempre ruins. Assim como no caso em questão, quando Deus mandou Samuel advertir o povo sobre as consequências nefastas dessa decisão, ele o tem feito em nossos dias, e, assim como naquela situação, o povo tem preferido o rei do mundo.
Selecionei algumas situações que acontecem na nossa igreja, e que mostram os perigos que estamos incorrendo. Vale lembrar que este é um esboço de sermão. Você pode utilizar estas ou outras situações. Mas deve-se lembrar que o objetivo é ensinar a igreja a tomar as decisões certas e não condená-la, pois este trabalho não pertence a nós.
Os métodos de evangelismo e o trabalho pastoral
Qual o melhor método de evangelismo? A resposta é mais simples do que parece. O melhor método de evangelismo é aquele ensinado por Cristo e seguido por seus Apóstolos. Neste caso, poderemos ter mais de um método, mas nenhum deles pode seguir o modelo mundano de atrair pessoas.
Seja de dois em dois ou através da pregação pública, a igreja pode utilizar todos os meios a seu dispor para alcançar pessoas. Ajustar o nível de linguagem para se fazer entender pode ser necessário algumas vezes, o que não se pode é abandonar os firmes pilares da verdade para supostamente evangelizar.
Se o evangelismo pessoal é um método infalível, a pregação pública é também sempre eficaz. Seu objetivo é alcançar pessoas que estejam em busca da verdade, e quanto maior for seu alcance, maiores serão as chances de alcançá-las. Para esse fim, devemos utilizar tudo que estiver ao nosso alcance para atingir o maior número de ouvintes. Desde a sermão do pentecoste, o método não mudou. Hoje, porém, podemos utilizar também a internet, impressos, rádio e TV. O que não podemos mudar é o conteúdo da mensagem: O que devemos fazer para ser salvos? Perguntaram os judeus a Pedro: “Arrependam-se e sejam batizados,” foi a resposta. (Veja Atos2:37 e 38)
A mensagem não mudou
A mensagem bíblica é de arrependimento, obediência e transformação. Qualquer mensagem que ignore esses conceitos não é bíblica e não merece crédito. Entretanto, temos visto poucas mensagens com este foco em nossos púlpitos, essa é a verdade. Enquanto, está praticamente proibido condenar o pecado em nossas igrejas, os sermões estão cada vez mais antropocêntricos, a música cada vez mais voltada para sentimentos e pouco utilizada como método de ensino.
Outro tema central da pregação é a volta de Jesus. Trazemos o advento de Cristo no nome, mas pouco pregamos sobre isso. No meu blog, os sermões com ensinamentos sobre a volta de Jesus são os menos lidos, só para se ter uma ideia.
Métodos corretos de evangelismo
Evangelismos de “sorteios de bicicleta” podem ter algum resultado sim, muitas pessoas vieram à igreja em busca de brinde e sairam com jesus. Nos dias atuais, porém, com a cauterização das pessoas em relação à religião, esse modelo de atração não traz quase nada de eficácia, e ainda envergonha a igreja, pois ficamos por tolos que damos brindes a quem nada quer com a verdade. Eu fui ancião e sempre me opus a esse modelo de trabalho. De modo geral, os novos membros que ficavam eram poucos, inconversos e quase nunca ficavam na igreja por mais de três meses.
Além disso, nem a IASD e nenhuma outra denominação cristã devem imitar o modelo dos “crentes” moderninhos. Sua música, seus modos de pregação e nenhuma das suas modinhas são úteis para a manutenção da simples e poderosa palavra de Deus. Não precisamos atrair ninguém que não esteja disposto a seguir os ensinamentos de Cristo. Afinal, não é dever da igreja trazer pessoas não convertidas, nem parecer com o mundo. Não é se tornando parecidos com o mundo que iremos cumprir a nossa missão.
O cuidado com a obra educacional
“As Escrituras Sagradas são a perfeita norma da verdade, e como tal, a elas se deve dar o mais alto lugar na educação. Para se obter uma educação digna deste nome devemos receber um conhecimento de Deus, o Criador, e de Cristo, o Redentor, como se acham revelados na Palavra Sagrada.” EGW. Educação p. 171
Fui Professor da Rede Adventista de ensino e disso tenho orgulho. Mas tenho visto negligência no zelo pela obra que fomos chamados a fazer. Pois, quando se contrata professores incrédulos, marxistas anticristãos, nossas salas de aulas correm sérios riscos. Com isso, não quero causar polêmica, mas me assusto ao ver isso numa escola que deve ser a luz no meio das trevas. Contratar esses profissionais para “parecer” com as grandes redes satanistas/evolucionistas de educação é esquecer nossa missão.
Nosso modelo de conhecimento é a Bíblia, e nosso modelo de professor é Cristo. Fora a isso, tornamo-nos mais do mesmo e perdemos a nossas essência e nossa razão de existir. Sou defensor de que esposas de pastores se formem boas professoras nas mais diversas áreas, pois assim poderíamos garantir uma excelente qualidade no ensino sem ter que contratar pessoas que vão contra a nossa fé. É um absurdo um pai reclamar que na escola tem muitas “esposas de pastores” dando aula. Eu gostaria que ainda mais tivessem.
Consequências terríveis da escolha do povo
Agora, pois, atende à sua voz, porém adverte-o solenemente e explica-lhe qual será o direito do rei que houver de reinar sobre ele. 1 Samuel 8:9
Quando o povo pediu um rei igual às nações pagãs, esses reis teriam também os mesmo direitos de tais Reis. Não se admira que Davi tenha exercido esse direito casando com várias mulheres, e seu filho salomão foi ainda mais além. Deus nunca aceitou tal conduta, mas a permitiu para que o povo soubesse o que é ter um Rei igual os das outras nações. Deus ainda advertiu o povo das consequências, como está escrito:
“e disse: Este será o direito do rei que houver de reinar sobre vós: ele tomará os vossos filhos e os empregará no serviço dos seus carros e como seus cavaleiros, para que corram adiante deles;
e os porá uns por capitães de mil e capitães de cinquenta; outros para lavrarem os seus campos e ceifarem as suas messes; e outros para fabricarem suas armas de guerra e o aparelhamento de seus carros.
Tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras.
Tomará o melhor das vossas lavouras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais e o dará aos seus servidores.
As vossas sementeiras e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais e aos seus servidores.
Também tomará os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores jovens, e os vossos jumentos e os empregará no seu trabalho.
Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe sereis por servos.
Então, naquele dia, clamareis por causa do vosso rei que houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvirá naquele dia.
Porém o povo não atendeu à voz de Samuel e disse: Não! Mas teremos um rei sobre nós. 1 Samuel 8:11-19
Beleza superficial e trágicas consequências
Então samuel escolheu Saul. A Bíblia relata que ele era “tão belo, que entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do que ele; desde os ombros para cima, sobressaía a todo o povo.” 1 Samuel 9:2
A beleza exterior de Saul, porém, contrastava com sua falta de caráter. Isso porque Saul era irascível, invejoso e arrogante, e consequentemente, Saul se tornou morada de demônios sendo seu fim foi vergonhoso para ele e sua família, como também para o povo de Israel.
Assim como na história de Saul, sempre que o povo de Deus troca o modelo oferecido por Ele pelo modelo adotado pelo mundo, as consequências são cruéis. Basta-nos seguir os firmes ensinos da palavra revelada. Como advertiu tempos depois outro Rei, Josafá: “…Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis.” 2 Crônicas 20:20(2ª parte)